sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Como suportar?

Como suportar entrar naquela casa? Olhar para aquela poltrona e não o ver lá? Saber que tudo que passou foi muito bom, mas que não terá outra chace de fazer novamente? Como suportar saber que um dia você teve a chance de olhar no olho dele e dizer "Eu te amo"? O que fazer para não se permitir à loucura que chega batendo a sua porta todos os dias? Quem buscar quando precisar daquele conselho? Justamente aquele conselho que por diversas vezes não escutei e fiz tudo diferente.

Nossas perdas fazem com que façamos boas reflexões sobre nossos atos com as pessoas. Ele certamente estaria descansando mais feliz se tudo que eu tivesse feito, fosse por ele. Enquanto que por outro lado eu fico feliz por que sei que tudo que por ele foi feito, foi por mim. Tudo é tudo mesmo! Coisas que estavam ao alcance, outras não estavam, mas ele foi lá e trouxe para mim. O digno de tudo é que ele soube me preparar para o futuro, sabia que não eu iria conseguir sem ouvir aquelas palavras, sem levar aquelas broncas, sem aqueles conflitos de idéias, sem nada para reclamar. 

Aquele mês de janeiro nunca mais se repetirá, assim como o de fevereiro, março, abril... agosto então é  puro tormento. Em dezembro, o queijo do reino está posto à mesa. Lembro dele chegando todo feliz com o queijo do reino na mão, como se fosse a maior conquista, era algo tão significante. Era o sinônimo de que tudo ia bem, a prosperidade buscada durante anos, finalmente havia chegado, o tinha como um troféu, era como se o desafio de dar o melhor para sua família fosse vencido. Por muitas vezes fui flagrado esperando a porta abrir e ele entrar, chata ilusão, dolorosa esperança. O tempo mudou de valor para mim, hoje eu o vejo passando sem querer ficar, quero acompanhá-lo até que me leve de vez e assim quem sabe, eu possa ficar mais próximo dele, nem que seja no mesmo buraco. 

Não dá para descrever como é essa ausência, algo vazio, algo que falta a todo momento. Não é uma pessoa a menos para contar suas novidades, é A pessoa a menos, é como se o resto não lhe interessasse mesmo, é como se tudo que continua ao teu redor fosse (des)completo. Não quero magoar as pessoas que estão ao meu lado, as amo tanto quanto, mas quero ser compreendido em minha dor.

Se eu pudesse voltar o tempo e trazê-lo de volta, nem que seja por um minuto, iria lhe pedir algo muito importante para mim, por favor me ensine COMO SUPORTAR viver com sua ausência.

Um comentário:

  1. É, João, é uma dor pungente. Sei bem como é. Mas o consolo é que o tempo cura. O tempo cura tudo. E um dia olharemos para trás e só sentimos saudades. Um dia (se você acreditar) vocês poderão se reencontra, ou não. O futuro é surpreendente. Por isso, devemos viver e amar como se estivéssemos de partida.

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