Gravação do documenário
Resultado de uma capacitação realizada através do projeto de audiovisual Janela do Mundo, com a participação de 20 jovens, o documentário “O Som do Aboio” será lançado nesta sexta-feira, 23 de março, em São José dos Ramos, conhecida como a cidade do aboio e do vaqueiro. O lançamento oficial acontece às 16h, na Casa da Cultura Zé Preto.
Às 20h, os moradores e visitantes poderão conferir a exibição do curta-metragem durante a festa do padroeiro, São José, através de um telão instalado na Praça Noel Rodrigues. “O Som do Aboio” será exibido também nas escolas do município e nas comunidades da zona rural.
Os jovens moradores do município participaram do curso de audiovisual, que foi realizado durante seis meses e que tem como conclusão a realização do documentário. As gravações do curta-metragem sobre vaqueiros e aboiadores foram realizadas em janeiro, na Fazenda Pirapanema, em São José dos Ramos, que fica na Zona da Mata paraibana.
Além de produzir o documentário “O Som do Aboio”, com direção de Adriano Roberto, o projeto Janela do Mundo desenvolveu ações que capacitaram jovens e moradores, na Casa da Cultura Zé Preto, em São José dos Ramos, e no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana (PB).
Os objetivos são manter viva a memória para o resgate da autoestima da comunidade e estimular uma visão crítica da linguagem do audiovisual dos participantes. O projeto Janela do Mundo tem o patrocínio do Programa BNB de Cultura, em parceria com o BNDES, e apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Núcleo de Produção Digital (NPD-PB) e Prefeitura Municipal de São José dos Ramos.
Segundo Dudé Rodrigues, responsável pela produção executiva, o documentário eternizou a cultura do aboio em São José dos Ramos. “Essa cultura é disseminada e reproduzida de geração em geração na contramão do mundo contemporâneo. Jovens e ainda crianças se tornam conhecidos pela prática de toadas de vaqueiros, seguindo o legado do mais famoso aboiador, Zé Preto, que não foi o último de um tempo e de um povo, e que compõe a equipe ao lado de Marcelo Quixaba, orientador de direção, fotografia e montagem, e Edglês Gonçalves da Silva, coordenador no município”, explicou.
O diretor e aluno participante Adriano Roberto disse estar realizado com esse documentário. “Estou muito confiante com relação à repercussão desse filme nos festivais de cinemas. Enche-me de alegria saber que demos asas à nossa imaginação a partir do momento em que abraçamos essa oportunidade do projeto Janela do Mundo. Esse filme é a concretização de nosso objetivo enquanto projeto, deixando pra nós uma aprendizagem significativa. Falar do vaqueiro é o mesmo que abrir uma caixa de tesouros, sua vasta cultura e sabedoria enriquecem o filme de maneira orgulhosa por se tratar de uma profissão pouco valorizada, mas que representa com autoridade a cultura nordestina”.
Para Elielson Freitas, também aluno participante da capacitação e produtor de set, a experiência que teve no projeto foi uma ótima oportunidade para expressar os conhecimentos no dia a dia. “No decorrer do curso mudei o meu jeito de agir, falar e olhar, ou seja, mudei totalmente o meu conhecimento relacionado à cultura”, disse.
Marcelo Quixaba, orientação de direção, fotografia e montagem, disse acreditar muito na força das pequenas cidades. “Os alunos do Janela do Mundo em São José dos Ramos se dedicaram e puderam aplicar a teoria em um curta-metragem. O resultado foi o documentário 'O Som do Aboio'. Fico muito feliz por todos. Sempre acreditei nesse modelo de projeto, onde a prática é a realização da teoria. Com isso, conseguimos contagiá-los e agora o cinema faz parte de suas vidas”, observou.
Aboio – Durante a primeira metade do século XX, Itabaiana, no agreste paraibano, foi um dos maiores entrepostos de comércio de gado no Nordeste. A cultura em torno da criação bovina marcou a zona rural do município, inclusive o distrito de São José que na época pertencia ao município de Pilar, que somente no final do século foi elevado à condição de cidade. São José dos Ramos tornou-se conhecida como a terra dos aboios, por ser comum os vaqueiros do lugar tangerem a boiada para os pastos ou para o comércio em Pernambuco ao som da melancólica poesia de canto original.
Equipe:
DIREÇÃO/ROTEIRO: Adriano Roberto
ARGUMENTO: Criação coletiva
PRODUÇÃO: Edglês Gonçalves, Vinícius Santos e Wilma Rejane
PRODUÇÃO DE SET: Elielson Freitas e Wilma Rejane
FOTOGRAFIA e OP. CÂMERA: Leila Nascimento
ASSISTNETE DE CÂMERA: João Batista Cavalcante
SOM: Janiele Felix e Sulivan Alves
ASSISTENTE DE SOM: Vinícius Santos
MONTAGEM: Adriano Roberto e Sulivan Alves
FINALIZAÇÃO: João Paulo Palitot
MAKING OF: João Paulo Lima e Edglês Gonçalves
ESTAGIÁRIOS: João Paulo Lima e Carine Fiúza
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Dudé Rodrigues
ORIENTAÇÃO DE DIREÇÃO, FOTOGRAFIA E MONTAGEM: Marcelo Quixaba
ORIENTAÇÃO DE ROTEIRO: Torquato Joe
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